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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Resultados Legítimos dos "Investimentos"

“Nós não temos outro mecanismo de atingir o governo se não for com greve”, alega professora Rutyele Ribeiro


Uma segunda greve no sistema público federal de educação está ganhando espaço nas preocupações do governo, estudantes e participantes do sistema educacional. Depois do SINDIFES entrar em greve contra o congelamento de salários e em prol de  melhorias nas políticas para trabalhadores da área, os professores estão se organizando para entrar em greve. A principal reivindicação dos mesmos equivale à dos técnicos administrativos: o congelamento dos salários.
No centro da discussão em relação à paralisação das atividades em vários setores da educação está o corte de gastos de 50 bilhões de reais anunciados no início do ano pela presidente Dilma, como forma de diminuir o déficit das contas governamentais. Desses 50 bilhões, 3.5 são cortes diretos na área educacional.
Tendo como objetivo o esclarecimento sobre os boatos da possível greve dos professores, o jornal “A Tribuna Discente” ouviu o depoimento do diretor do CEFET-MG Campus VII - Timóteo, Rodrigo Gaiba, e da Professora Rutyele Ribeiro, mestre em matemática e uma das principais representantes da unidade no sindicato de professores.
Segundo o diretor Rodrigo Gaiba, dois seriam os possíveis motivos da greve: A sobrecarga dos professores e a proposta de congelamento de seus salários por um período de 10 anos. Para o diretor, o primeiro motivo já está resolvido, visto que a contratação de professores temporários foi liberada e com isso, a sobrecarga dos professores efetivos diminuirá. Já o segundo motivo é um pouco mais complicado: Durante o governo Lula, os professores receberam alguns ajustes salariais que foram interrompidos no ano de 2011 pelo atual governo. Esse congelamento de salário ainda está sendo discutido na esfera federal e, portanto, para que a greve possa eclodir será preciso muita conversa e discussão, tornando praticamente impossível a ocorrência da mesma neste ano.
Para a professora Rutyele, a greve não é boa para ninguém, pois deixa todo mundo sobrecarregado depois, mas é a única maneira de se conseguir pressionar o governo contra as várias medidas que estão tentando impor para os responsáveis pela educação do país. A professora concorda com o diretor Rodrigo Gaiba e afirma que dificilmente a greve ocorra em Timóteo nesse ano. Ela atribui isso ao fato de, como ela mesmo cita, haver na unidade uma crise moral e ética por parte de alguns professores, que estão muito alienados e se conformando com as imposições, mesmo sabendo que eles tem pauta para reivindicar. A professora frisa bastante o fato da desvalorização do professor hoje em dia e para explicar isso, ela usa como exemplo o salário de um engenheiro (somente graduado) que é muito maior do que o salário de um professor com mestrado. Para Rutyele, a educação no Brasil passa por momentos de crise, onde propagandas “bonitinhas” na televisão incentivando os jovens a quererem se tornar professores são a prova do desespero do governo mediante a péssima administração desse setor tão importante para o desenvolvimento do país.

Acompanhe abaixo as entrevistas na íntegra:


 


 

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